Amo você, com aderência T-F(L(ov)OM
Meu nome,
Thaís Fernanda Ortiz de Moraes.
Minhas siglas
T-FOM
Fom era o homem
que morria de fome
e contava a mesma história
enquanto cobiçava um prato
esfregando o sapato
no terraço
e olhando por cima
do telhado
da vó.
Vovó não sabia
se ele amava a mãe
pois vinha às terças, de mãos "vazias"
e limpas
mas não faltava na hora do pão
O pão era aos sábados
e ele chegava pela rua de cima
por onde o asfalto corria
à Avenida.
Seria bom
se Fom
fosse bom
para a mãe.
Antes tarde do que nunca!
O pouco que se faz é bem vindo
desde que não se escolha a professora de Socorro
para cuidar da neta em crise.
Ele cruza o monte Pfizer
se fizer frio
compre um casaco
Não haverá cobertor
mas serei seu diário
a gente se comunica
através do teclado
como era em 1934
quando ouvia seus recados
em código morse
e vim fazer negócio
em sua cidade.
"Tá com Fom?"
Vixi, hómi
te dou um caldo
você encosta no meu braço.
Mais uma vez Fom
cruza a Avenida
talvez não volte
e o beijo japonês que a mãe esperava
ilustrado num quadrinho:
as linhas do cartunista une os corpos
que as gerações separam.
Amo você, com aderência T-F(L(ov)OM
Thaís Fernanda Ortiz de Moraes
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